OMS nas Américas alerta sobre urgência de expansão de serviços - Mais News

OMS nas Américas alerta sobre urgência de expansão de serviços


Diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa Etienne, afirma que pandemia levou a uma crise no setor em escala jamais vista na região; para ela saúde mental e combate à violência doméstica são serviços essenciais.


O novo cornavírus levou a uma crise de saúde mental jamais vista nas Américas e os governos precisam expandir, com urgência, serviços básicos no setor para enfrentar o problema.


O alerta partiu da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, durante uma entrevista a jornalistas sobre a situação na região que se tornou o epicentro da pandemia. 


Equipamento 

A diretora-geral da agência, Carissa Etienne, disse que os casos já somam mais de 11,5 milhões com pelo menos 400 mil mortes, segundo atualização de 18 de agosto. 


Para ela, expandir os serviços de saúde mental e de combate à violência doméstica é uma urgência na resposta à pandemia. 


Carissa Etienne diz que não há dúvida de que esses serviços sejam centrais a qualquer resposta à crise. Uma outra preocupação é o impacto sobre os trabalhadores de saúde, que encaram jornadas longas e arriscam suas vidas em instalações que lutam para manter equipamento de proteção suficiente. 


Ela contou que o pessoal da área está enfrentando ansiedade, depressão e estafa após meses de trabalho sem pausa.  


Apoio psicossocial 

A saída, para a chefe da Opas, é contratar novos profissionais e treinar mais especialistas integrando a saúde mental e o apoio psicossocial aos sistemas de saúde primária. 


Etienne afirma que quem precisa de ajuda psicológica deve ter acesso a ela sem ter que sofrer sozinho. O mesmo deve se passar com o combate à violência doméstica.  


Ela lembra que a extensão da violência doméstica durante a pandemia tende a ser subestimada, uma vez que os sobreviventes estão confinados em casa e os serviços de apoio interrompidos pela crise. 


A Opas ressalta que os custos da violência doméstica são extremamente altos e que as pessoas não podem esperar para serem atendidas. 


Códigos 

A agência tem cooperado com países para fortalecer políticas e serviços e expandir treinamentos online para o pessoal da saúde. Alguns lugares estão utilizando linguagens e códigos para incentivas as pessoas a pedirem ajuda discretamente. 


Muitos pacientes que tiveram a Covid-19 estão passando por insônia, delírio e depressão. E muitos são tomados pelo medo de desenvolverem outras doenças graves. 


Uma pesquisa mostra que um terço dos pacientes que se recuperam do coronavírus experimentam mudanças no comportamento e sofrem de ansiedade e depressão. 


A Opas afirma que a saúde mental é uma epidemia silenciosa que já afetava as Américas antes da pandemia. Depressão e ansiedade são as duas maiores causas de invalidez no mercado de trabalho. 


Luto 

A região também tem o segundo maior nível de consumo de álcool no mundo, e uma emergência de saúde como a Covid-19 só piorar essas condições. 


Além disso, muitos estão encarando o luto de perder parentes para a pandemia, incerteza sobre o futuro e ameaças às formas de vida e de trabalho como se conhecia antes. 


Um outro problema é a solidão agravada por informações e notícias falsas ao lado de meses de distanciamento social. Para Carissa Etienne, todos estão sofrendo nesse momento, especialmente os que já eram afetados por uma doença mental antes da Covid-19. 


Ela ressalta que o cuidado com a saúde mental é fundamental para o bem-estar de indivíduos e sociedades. 



Por Jornalista Márcio Batista
Fonte: ONU News
Foto: OMS / Divulgação


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