Quando cheguei à fé, pensei que era o único cristão no Iêmen - Mais News

Quando cheguei à fé, pensei que era o único cristão no Iêmen


Cristãos ex-muçulmanos precisam manter a fé em segredo, porém, as mudanças provocadas por Cristo não deixam o assunto escondido por muito tempo.

Ser cristão em um país de maioria muçulmana é um grande desafio, mas deixar a fé islâmica para seguir a Jesus é ainda mais perigoso. Por isso, uma das maneiras mais seguras é manter a nova crença em segredo. Mas com o tempo, as mudanças de mentalidade e comportamento tornam-se visíveis e a necessidade de participar de uma igreja fica necessária. Há 17 anos, Mohammad experimentou o processo, quando encontrou Cristo por meio da leitura da Bíblia, no Iêmen.

Ele comprou o livro sagrado em um sebo e a partir deste momento, tinha que sair de casa para ler a Bíblia, senão seria descoberto pela família. “Quando cheguei à fé, pensei que era o único cristão no Iêmen. Durante muito tempo, eu não conhecia nenhum outro cristão iemenita. Agora conheço muitos e existem outros como nós”, testemunha. O cristão relembrou a alegria que teve ao encontrar um outro seguidor de Jesus pela primeira vez: “Nós rimos juntos. Depois, encontrei-me com outras pessoas, até mesmo algumas que se converteram antes do ano 2000”.

Após ser treinado e discipulado, Mohammad foi batizado. Mais tarde, casou-se com uma muçulmana chamada Alima. Eles tinham o hábito de ler a Bíblia juntos, mas a esposa do cristão ainda não tinha decidido seguir a Jesus, apesar de ser impactada pelas palavras de Cristo que exigia que os seguidores dele amassem os inimigos. “Esse é um pensamento que não encontro em outras religiões. Esse versículo me fez procurar outras palavras de Jesus”, explica Alima.

O milagre da conversão
Mas foi necessário um milagre divino, para que a muçulmana se rendesse a Cristo. Após o nascimento do primeiro filho, Alima descobriu que não poderia mais engravidar. Porém, quando o primogênito fez sete anos, o casal decidiu pedir mais um filho ao Senhor e a resposta da oração aconteceu no mesmo mês. “No hospital, quando a gravidez foi confirmada, a equipe disse que não podia acreditar que tinha engravidado novamente. Eles repetiram o teste três vezes para ter certeza. Uma pessoa que trabalhava lá até começou a chorar porque estava muito feliz por minha esposa”, testemunha Mohammad. A partir deste momento, o casal cristão passou a dizer a todos que o novo integrante da casa era um milagre.  

A família experimentava o cuidado de Deus diariamente, quando tinham sempre o que comer, apesar de viverem em um contexto de guerra no país. A consequência de tantas bênçãos foi o início de uma igreja doméstica na casa da família. “O interessante é que muitos do grupo são bastante instruídos. Algumas mulheres levam os filhos para as reuniões, então temos um programa especial para as crianças. Eu vejo crescimento real nos grupos e eles até trazem outras pessoas”, comemora o cristão.

Tantas bênçãos não ficaram desapercebidas pela família de Mohammad, e o resultado dos testemunhos foi a conversão de cinco irmãos. Os ainda muçulmanos aceitam a fé dele parcialmente, mas os parentes de Alima ainda não têm conhecimento da conversão dela. “Espero uma reação mais forte do lado deles; podem até me matar. Porque são muito rigorosos com o islã. Acho que meus pais não usariam tanta violência contra mim, mas meus irmãos poderiam. Também tenho medo que eles levem nossos filhos”, explica a cristã. Pelo fato de serem minoria no Iêmen, Mohammad e a família vivem longe da Península Arábica atualmente, mas continuam conectados com a igreja iemenita que frequentavam.



Por Jornalista Márcio Batista
Fonte: Portas Abertas
Foto: unops / Divulgação





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