Caixa anuncia regras que ampliam acesso ao crédito imobiliário.
A Caixa Econômica Federal iniciou a aplicação das novas regras de financiamento imobiliário, anunciadas pelo governo federal como parte de um esforço para implementar o setor da construção civil e facilitar o acesso à casa própria.
As mudanças já estão em vigor e devem impactar diretamente as condições de crédito para milhares de brasileiros interessados em adquirir ou reformar imóveis. Segundo estimativas oficiais, a medida pode movimentar cerca de R$ 20 bilhões até o final de 2026, possibilitando a realização de aproximadamente 80 mil novos contratos de financiamento nesse período.
Uma das alterações mais significativas é o aumento na cota máxima de financiamento. Até então, a instituição liberou até 70% do valor total do imóvel. Com a nova política, esse limite passa para 80%, o que representa uma redução substancial no valor necessário como entrada.
Para um imóvel avaliado em R$ 500 mil, por exemplo, o comprador precisa dispor de, no mínimo, R$ 150 mil para complementar os 30% não financiados. Agora, com a ampliação do percentual, o valor da entrada cai para R$ 100 mil, tornando o sonho da casa próprio mais acessível a um número maior de pessoas.
Outra mudança relevante diz respeito ao teto do valor do imóvel elegível ao financiamento com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O limite foi aumentado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Essa atualização atende especialmente a famílias com renda mensal superior a R$ 12 mil, grupo que antes enfrentava restrições para utilização do FGTS em imóveis de maior valor. A medida busca equilibrar as oportunidades de financiamento entre diferentes faixas de renda e estimular o mercado em regiões onde os preços dos imóveis são mais elevados.
As novas diretrizes fazem parte de um conjunto de ações do governo para aquecer a economia por meio do setor imobiliário, considerado estratégico para geração de empregos e crescimento do PIB.
Ao facilitar o acesso ao crédito, o governo espera não apenas aumentar o número de unidades habitacionais financiadas, mas também realiza a demanda por materiais de construção, serviços e mão de obra entregue.
A Caixa, principal operadora de crédito imobiliário no país, destacou que as mudanças foram estruturadas com base em análises de risco e sustentabilidade financeira, garantindo que a expansão do crédito ocorra de forma responsável.
A instituição reforçou ainda que as condições de juros e prazos de pagamento seguem sendo definidas conforme perfil do cliente, histórico de crédito e capacidade de pagamento, mantendo os critérios de segurança necessários para a concessão de empréstimos.