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Brasil em chamas, todos calados


O Brasil está passando por uma fase de “incêndios” em diversos aspectos, mas esses incêndios não se limitam às florestas. Eles também estão simbolicamente presentes na forma de políticas públicas, decisões governamentais e escolhas que estão inflamando as discussões e prejudicando a sociedade de diferentes maneiras.


Começando pelo fogo dos impostos, o aumento no Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF) e as novas taxações sobre compras internacionais estão pesando no bolso dos brasileiros. É como se, em vez de apagar as chamas da inflação e aliviar as dificuldades financeiras da população, o governo estivesse lançando gasolina sobre a fogueira, tornando a vida mais difícil para quem já enfrenta desafios econômicos. Em tempos de necessidade de alívio fiscal, o que vemos é um aumento da carga tributária que só agrava as dificuldades do povo.


Outro incêndio simbólico que está queimando intensamente é a liberação do aborto. Para muitos, essa decisão do governo e representantes do povo no congresso nacional é como um fogo moral que se alastra pelo país, dividindo opiniões e valores. É uma política que, assim como o fogo, não pode ser facilmente controlada, gerando controvérsias acaloradas entre aqueles que defendem a vida e aqueles que argumentam pela escolha individual.


Há também o incêndio do excesso de gastos e das inúmeras viagens internacionais realizadas pelo governo. Em tempos de crise, quando se esperaria cautela financeira e foco nas necessidades internas do país, o governo parece estar alheio, gastando excessivamente em deslocamentos e em questões que pouco retornam para o bem-estar dos brasileiros. É como assistir a um incêndio consumindo recursos públicos enquanto as chamas da desigualdade social se espalham pelo território.


A política externa, por sua vez, também está em chamas. O Brasil, ao criticar Israel logo após os ataques terroristas do Hamas, inflamou ainda mais a já complicada situação internacional. Essa postura gerou mal-estar e incompreensão, principalmente entre aqueles que acreditam que o Brasil deveria ter adotado uma posição mais equilibrada ou mesmo de apoio a Israel diante da gravidade dos atentados. Enquanto isso, o silêncio em relação a Vladimir Putin e à invasão da Ucrânia é um incêndio que passa despercebido. O governo preferiu se calar ou minimizar as ações da Rússia, ao passo que muitos países se posicionaram fortemente contra as agressões russas.


No passado recente, durante o governo de Jair Bolsonaro, quando o Brasil enfrentou incêndios florestais na Amazônia, a reação foi imediata. Artistas, líderes internacionais e grande parte da imprensa brasileira criticaram ferozmente o governo por sua resposta aos incêndios. Mas agora, o fogo está em todos os cantos, e a reação é de silêncio. Onde estão as vozes que antes gritavam? Enquanto o Brasil continua queimando — seja pela alta dos impostos, pelas decisões polêmicas ou pela política externa desastrosa — o fogo parece não incomodar tanto quanto antes.


Estamos em um momento onde o silêncio é tão inflamável quanto o fogo.



Por jornalista Márcio Batista
Foto: (Runway) Reprodução / Divulgação


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