Quais substâncias estão proibidas? Anvisa proíbe substâncias em produtos de unhas e esmaltes em gel por riscos à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, publicou uma resolução que proíbe o uso de duas substâncias químicas em produtos cosméticos, perfumes e itens de higiene pessoal.
As substâncias identificadas são o dimetoxi fenil trimetil piridina, conhecido como DMPT, e o tolueno sulfonilamida, chamado de TPO. Essa decisão tem como objetivo proteger a população contra riscos à saúde comprovados por pesquisas científicas.
O DMPT foi classificado como potencialmente carcinogênico para humanos, ou seja, pode causar câncer após exposição prolongada. Já o TPO é considerado tóxico para o sistema reprodutivo, podendo afetar negativamente a fertilidade tanto de homens quanto de mulheres.
A presença desses componentes é comum em produtos utilizados na aplicação de unhas artificiais em gel e esmaltes do mesmo tipo, que exigem a cura sob luz ultravioleta ou LED durante o processo de aplicação.
Com essa medida, o Brasil adota normas mais rigorosas de segurança no setor de cosméticos, alinhando-se às diretrizes já estabelecidas pela União Europeia. O gerente-geral da Anvisa, Bruno Rios, explicou que a decisão se baseia em evidências científicas sobre os impactos adversos dessas substâncias ao organismo.
Estudos indicam que a exposição frequente, especialmente entre profissionais do ramo da beleza, aumenta significativamente os riscos à saúde.
A resolução determina prazos claros para a adaptação do mercado. A partir da data de sua publicação, fabricantes e importadores não podem mais produzir ou comercializar produtos contendo essas substâncias.
Para os estoques já existentes no comércio, o prazo permitido para venda é de 90 dias, contados a partir da divulgação oficial da norma.
A proibição abrange todos os tipos de produtos cosméticos, independentemente da forma de apresentação ou segmento de consumo.
A Anvisa destaca que, embora os maiores níveis de exposição ocorram entre manicures e outros profissionais que lidam diariamente com esses materiais, consumidores finais também podem ser afetados, principalmente com uso frequente ou inadequado dos produtos.
A agência orienta empresas e consumidores a verificarem os rótulos dos produtos e a buscarem alternativas seguras.
A fiscalização será realizada em conjunto com órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária, garantindo a efetividade da medida em todo o território nacional.
