Sem ações, mundo continuará experimentando surtos de doenças zoonóticas - Mais News

Sem ações, mundo continuará experimentando surtos de doenças zoonóticas


Relatório da ONU sugere que, se nada for feito, enfermidades transmitidas por animais deve permanecer matando 2 milhões de pessoas todos os anos; perdas causadas por esses vírus, nas últimas duas décadas, totalizam mais de US$ 100 bilhões.

O mundo deverá experimentar novos surtos de doenças passadas de animais a humanos caso não haja um enfrentamento do problema. A constatação é de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e o Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária. 

O relatório inclui 10 recomendações para evitar futuras pandemias num momento em que os países combatem a crise global gerada pela Covid-19.

Tendências
Segundo o documento, existem sete tendências que levam ao aumento de doenças  que passam de animais para seres humanos, conhecidas como zoonóticas.

Entre os principais motivos estão o uso de proteínas animais, o crescimento da agricultura intensa e insustentável, e do uso e exploração da vida silvestre além da crise climática. 

Custos
Até o momento, a Covid-19 já causou mais de 500 mil mortes em todo o mundo.  O vírus é, no entanto, apenas o último numa longa lista que inclui ebola, Mers, febre do Nilo Ocidental e febre do vale Rift.

Todos os anos, cerca de 2 milhões de pessoas, principalmente em países de baixa e média rendas, morrem de doenças assim.

Os mesmos surtos podem causar epidemias graves, perdas de produtividade e mortes nas populações de rebanhos nos países em desenvolvimento, um grande problema que mantém centenas de milhões de pequenos agricultores em situação de extrema pobreza.

Apenas nos últimos 20 anos, estas doenças causaram perdas econômicas de mais de US$ 100 bilhões, sem incluir o custo da pandemia de Covid-19, que deve atingir US$ 9 trilhões nos próximos anos.

África
A pesquisa destaca a experiencia de África, que respondeu a várias epidemias deste tipo, como o ebola, dizendo que o continente pode ser uma fonte de soluções para conter surtos no futuro.

A África abriga grande parte das florestas tropicais intactas restantes do mundo e também o maior crescimento de população, o que deve levar a um aumento nos encontros entre pessoas e animais selvagens.

Para o diretor geral do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária, Jimmy Smith, estes países “estão demonstrando maneiras proativas de gerenciar surtos de doenças, por exemplo, com abordagens baseadas no risco, em vez de regras, que são mais adequadas para ambientes com poucos recursos.”

10 recomendações:
  • Investir em abordagens interdisciplinares;
  • Expandir a investigação científica;
  • Melhorar as análises de custo-benefício para incluir o custo total dos impactos sociais;
  • Aumentar a conscientização sobre doenças zoonóticas;
  • Fortalecer as práticas de monitoramento e regulação, incluindo sistemas alimentares;
  • Incentivar práticas sustentáveis de gestão da terra e alternativas para meios de subsistência que não dependam da destruição de habitats e biodiversidade;
  • Melhoria da biossegurança e controle, identificando os principais fatores de doenças e incentivando medidas comprovadas;
  • Apoiar o gerenciamento sustentável de habitats que melhorem a coexistência sustentável da agricultura e da vida selvagem;
  • Fortalecer as autoridades nacionais desta área em todos os países; 
  • Colocar em prática a abordagem One Health em todas as fases.
Para terminar, os autores do relatório identificam a abordagem One Health, que une conhecimentos em saúde pública, veterinária e ambiental, como o método ideal para prevenir e responder a surtos de doenças zoonóticas e pandemias.



Por Jornalista Márcio Batista
Fonte: ONU News
Foto: Ynetnews / Divulgação




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