Planos de saúde passam a cobrir novo medicamento para leucemia mieloide crônica
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a inclusão de um novo medicamento no rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde para o tratamento da leucemia mieloide crônica em pacientes adultos.
O cloridrato de asciminibe, com um custo médio de R$ 30 mil por dose, agora deverá ser fornecido sem custos adicionais para os seguros, marcando um avanço significativo no tratamento de uma das formas mais prejudiciais de câncer no sangue.
O asciminibe atua diretamente no bloqueio do crescimento descontrolado das células cancerígenas, que é característico da leucemia.
Esse mecanismo impede a regulação celular, proporciona a carga tumoral e proporciona o alívio dos sintomas da doença. Com isso, os pacientes podem ter melhores resultados clínicos, além de uma melhoria na qualidade de vida.
Para Thiago Brasileiro, coordenador do comitê de pacientes da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a decisão é um marco para os portadores da doença no país.
Segundo ele, o acesso facilitado ao medicamento representa uma conquista na luta por tratamentos mais acessíveis e igualitários. “É um grande avanço em nossa busca por terapias dignas e mais opções de tratamento para pacientes de todo o Brasil, sem a necessidade de recorrer à justiça para conseguir uma alternativa de tratamento”, destaca.
Thiago acrescenta que, antes mesmo da aprovação oficial, já havia relatos de pacientes que adquiriram o medicamento por meio dos planos de saúde, o que reforça a expectativa de que a nova medida seja rompida de maneira eficaz e sem restrições por parte das operadoras.
No entanto, o coordenador ressalta que a luta continua, com o próximo passo sendo a aprovação do asciminibe no Sistema Único de Saúde (SUS). “Queremos que todos os pacientes tenham acesso a esse tratamento, não apenas aqueles com plano de saúde. Isso ampliaria a qualidade de vida e a esperança de remissão para um número muito maior de pessoas”, afirma.
A leucemia mieloide crônica é caracterizada pela doença desordenada dos glóbulos brancos, ou que pode causar sintomas como anemia, fadiga, infecções e sangramento.
Embora possa ser assintomática e descoberta em exames de rotina, a doença ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais comuns, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Com a decisão da ANS, pacientes com leucemia mieloide crônica têm agora mais uma esperança de tratamento eficaz, o que representa um passo importante na luta contra o câncer no Brasil.
Com informações da repórter Carolina Pessoa - Rádio Agência