Farmacêutica prioriza vacina contra dengue para o SUS e limita fornecimento à rede privada
No início do ano, a farmacêutica japonesa Takeda anunciou a produção e fornecimento de sua vacina contra a dengue, a Qdenga, para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Com essa decisão, a venda para o mercado privado será limitada, visando garantir o abastecimento necessário para a vacinação pública, em meio a um aumento expressivo de casos de dengue no Brasil.
A medida reflete o compromisso da empresa em colaborar com o governo brasileiro na luta contra a doença.
A Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) já analisou a inclusão da vacina como uma prioridade, e o Ministério da Saúde adquiriu todas as doses disponíveis da farmacêutica.
A vacinação deverá começar o mais rápido possível, focando inicialmente em crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 14 anos, que representam o grupo prioritário nesse momento.
Para assegurar que o imunizante chegue a quem mais precisa, a Takeda também anunciou mudanças em sua política de distribuição. A partir de agora, a empresa não firmará novos contratos descentralizados com estados ou municípios para a compra direta da vacina.
A distribuição será feita exclusivamente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que centralizará a oferta do imunizante aos municípios brasileiros. Contratos firmados antes da inclusão da vacina no SUS serão honrados, mas não haverá novos acordos fora do escopo do PNI.
Além disso, a Takeda informou que a venda para clínicas particulares será destinada apenas a atender pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina, permitindo que completem o esquema vacinal de duas doses, que devem ser aplicadas com um intervalo de três meses.
Para 2024, a Takeda garantiu a entrega de 6,6 milhões de doses da Qdenga, com a expectativa de aumentar esse número para 9 milhões em 2025. No entanto, a farmacêutica ressaltou que está trabalhando para aumentar a produção e, assim, disponibilizar mais vacinas ao longo dos próximos anos.
A decisão de priorizar o SUS reflete a situação alarmante da dengue no Brasil. Em 2023, o número de casos disparou, com mais de 345 mil notificações em todo o país, quase quatro vezes o total registrado no mesmo período do ano anterior.
Nesse primeiro momento, a vacinação com a Qdenga será restrita a cidades com mais de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão, atingindo 521 municípios. A expectativa é que, com o aumento da produção, o público-alvo seja ampliado, contribuindo para o combate à epidemia.
Com informações da Agência Brasil
Por jornalista Márcio Batista
Foto: (creativesolutionisT/pixabay) Reprodução / Divulgação
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