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Retração econômica no Brasil e em toda a América Latina


Covid-19 causará retração econômica no Brasil e em toda a América Latina. Região da América Latina e Caribe é a mais atingida pela Covid-19.

    

Desenvolvimento econômico

Novo estudo do economista-chefe do Banco Mundial para a região prevê, no entanto, crescimento econômico para 2021; também destaca o peso dos gastos com saúde no orçamento das famílias mais pobres.


O Banco Mundial revelou nesta sexta-feira que, por causa da Covid-19, a economia do Brasil deve contrair 5,4% em 2020. Para o ano que vem, espera-se crescimento de 3%.


Na América Latina e no Caribe, excluindo a Venezuela, a retração será de 7,9% em 2020. Para 2021, está previsto crescimento de 4%. Os dados são do relatório semestral do economista-chefe para a região, Martín Rama.


Agitação social

Segundo o estudo, a região da América Latina e Caribe é a mais atingida pela Covid-19. Antes da atual crise, foram registrados vários anos de baixo crescimento econômico e progresso limitado nos indicadores sociais. Também houve uma onda de agitação social em muitos países da região.


O impacto da pandemia foi sentido principalmente pelas famílias com empregos informais. Para apoiá-las, vários governos da região criaram pacotes de estímulo econômico e proteção social, apesar de estarem com restrições fiscais.


Dos 10 programas de transferência social com maior cobertura no mundo, cinco estão na América Latina e Caribe. E o efeito dessas transferências sobre a atividade econômica foi importante, embora insuficiente para evitar o impacto negativo.


No médio e longo prazo, para proteger a população e colocar as economias de volta nos trilhos, a equipe de autores defende uma combinação de medidas de saúde pública e gestão econômica. Por exemplo, políticas modernas de incentivo à formalização de empregos.


Proteção

Enquanto essas medidas não surtem efeito, cadastros sociais abrangentes podem alcançar mais pessoas que vivem na pobreza e conectá-las a programas de proteção social.


O estudo também aponta que, embora os governos tenham aumentado corretamente os gastos para enfrentar a crise, os níveis de dívida pública na região aumentaram de forma drástica. Por isso, os países terão que encontrar maneiras de voltar ao equilíbrio fiscal.


No futuro, será necessário remanejar os impostos e as despesas do governo de forma a apoiar a criação de empregos, a prestação de serviços e o desenvolvimento da infraestrutura. Todos esses fatores fazem parte de um crescimento econômico inclusivo e sustentável.


Famílias

De acordo com o novo relatório do Banco Mundial, a pandemia pôs em evidência os sistemas de saúde que não oferecem cobertura de qualidade para toda a população. E, também, o tamanho dos gastos diretos das famílias, especialmente as mais pobres, com remédios.


Uma aquisição pública eficiente de medicamentos, inclusive de vacinas contra a Covid-19, será fundamental para que os gastos com esses produtos não sobrecarreguem nem as famílias nem os governos.


O relatório conclui que bons projetos de licitação podem reduzir de 12% a 15% os gastos dos governos regionais com medicamentos. Além disso, segundo o estudo, manter os custos de saúde baixos frequentemente depende de agências regulatórias locais que promovam a competição, aprovem e incentivem o uso de medicamentos genéricos.




Por jornalista Márcio Batista
Fonte: Mariana Ceratti / Banco Mundial
Foto: Reprodução / Leader Campus (Divulgação)


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