O primeiro a falar foi o controlador-geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira. Foi a segunda vez que ele compareceu para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito.
Ferreira já havia sido ouvido no dia 21 de Maio, mas retornou a pedido do relator da CPI, para responder a novos questionamentos sobre a atuação da controladoria, em relação ao processo de compra de 200 respiradores pelo Governo Catarinense. A operação feita com dispensa de licitação é o foco das investigações da CPI. A empresa VeigaMed foi contratada para fornecer os equipamentos para rede de saúde de Santa Catarina, recebeu R$ 33 mi de forma antecipada, mas não entregou os equipamentos no prazo previsto.
A outra oitiva foi com o empresário Samuel de Brito Rodovalho, representante da Cima Industries, empresa fornecedora de respiradores.
Ele havia sido citado por Rafael Wekerlin, CEO da Brazilian International Business, em depoimento prestado a comissão no dia 18 de junho. Na ocasião Wekerlin mencionou que Rodovalho o teria questionado sobre o pagamento de uma comissão de 3 milhões de reais a uma terceira pessoa. Rodovalho, no entanto, negou participação no negócio fechado pelo Governo com a VeigaMed.
Para o relator da CPI, Deputado Ivan Naatz (PL), o depoimento do empresário trouxe novos elementos para investigação. Um deles é a relação de amizade entre Rodovalho e o atual chefe da casa civil do Governo, Amândio João da Silva Júnior.
"Novidade de hoje, é de que o Rodovalho, investigado pelo Ministério Público, como um dos participantes nessa fralde da compra dos respiradores, tem uma relação direta de amizade com Secretário da Casa Civil, Amândio João da Silva Júnior, e com outro servidor também importante cargo no Governo do Estado. Isso nos faz crer que as alegações do Rodovalho que disse aqui pra nós que o Governador não tem conhecimento, que não participou de nada, não tem crédito nenhum. Porque obviamente ele tem relação com o braço direito do Governador, que é o Secretário da Casa Civil, e, acredito que é uma intenção de proteger o Governador, pelo relacionamento que eles têm", disse Naatz.
O presidente da Comissão, deputado Sargento Lima (PSL), avalia que as oitivas demonstraram problemas nos processos de compras públicas.
"Saio feliz, porque nós estamos aqui cumprindo aqui a nossa missão, mas saio com sentimento muito grande de pesar, chegar a uma conclusão de que como como acontece as compras dentro do Estado de Santa Catarina. Acabamos de ver ali o envolvimento de 8 atravessadores para fazer uma simples compra, quantas pessoas que vivem no entorno do dinheiro público", salientou Sargento Lima.
Por Jornalista Márcio Batista
Fonte: Rádio ALESC / João Guedes
Foto: Agência ALESC / Divulgação
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