Porque tive fome e me deste de comer... - Mais News

Porque tive fome e me deste de comer...

 
Você não terá vivido o dia de hoje até que tenha feito algo a alguém que jamais poderá retribuir-lhe. (John Bunyan)
Um dos princípios elementares da espiritualidade cristã, além da caridade (amor) é a partilha. O novo testamento está repleto de exemplos, que as primeiras comunidades davam, face aos desassistidos. E assim procediam, porque entenderam que a verdadeira fé jamais despede aquele que necessita de pão e agasalho, aliás Jesus um dia orou aos céus pedindo a benção da multiplicação para que ninguém fosse tocado pela fome no trajeto de retorno. (Tg 2.15-17; Mt 14.13-21)

É interessante porque a espiritualidade judaica ainda representada por João, o batista, vociferava no deserto da Judéia, destacando que o egoísmo não deve nortear a vida daqueles que são de Deus, assim sendo aquele que possui duas túnicas deve compartilhar com o que nada tem, e quem tem comida deve fazer o mesmo! (Lc 3.11)

Como igreja temos a missão de fazer o bem a todos, especialmente os da fé, sem jamais esquecer a nossa identidade como cristãos, como disse Jesus: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5.13) e com permissão do mestre, acrescentaria: “Não um armazém de secos e molhados”, uma vez que esse é o lócus daqueles que não se permitiram ser o que foram chamados para ser!

Por conseguinte, é fato que a igreja de Cristo, como sal da terra e luz do mundo, nunca se deixou seduzir pela equivocada concepção de estadomania e estadolatria – que transfere e responsabiliza exclusivamente o Estado pelas mazelas estruturais existentes na sociedade.

Ora, não podemos em hipótese alguma, ser seguidores de Caim (“sou eu, porventura, guardador do meu irmão?”), ou de Pedro no Monte da Transfiguração (“vamos ficar acampados aqui em cima adorando”). (Gn 4.9; Mt 17.4)

Na verdade, a igreja de Cristo, sempre se imiscuiu na sociedade, da mesma forma que o sal no alimento, dando sabor a vida humana, porque sabe que sua vocação não é o saleiro de Pedro, nem a indiferença obscura de Caim, pois ela é (a igreja) luz e tempero para o mundo.

Que nós os discípulos de Jesus, possamos neste dia (31 de julho) estar cônscios da nossa missão e responsabilidade para com o próximo, na certeza de que é a Jesus que estamos fazendo o bem! Sem jamais esquecer que Evangelho não é comunismo, é partilha, é compartilhamento, como disse Paulo: “Quem muito havia colhido não o fez em excesso, para que nada faltasse a quem pouco recolhera”.

Essa é a cultura do evangelho, do reino de Deus, não da escassez, nem da falta, mas
da generosidade! (At 20.35)

Deus vos abençoe!



Por Pr Paulo Mazarem
Foto Design: Márcio Batista



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