Um novo sequestro em massa de centenas de crianças na Nigéria agrava a crise de segurança e mobiliza respostas nacionais e internacionais.
Mais de 300 estudantes de uma escola católica no estado de Níger, na Nigéria, foram sequestrados por homens armados durante a madrugada de sexta-feira, em um ataque que gerou profunda consternação internacional.
A vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohamed, manifestou grande preocupação por meio de uma publicação em rede social, reiterando que as escolas devem ser espaços seguros dedicados à educação e não alvos de violência.
Ela exigiu o imediato resgate e retorno de todas as crianças sequestradas, além de enfatizar que os responsáveis devem ser levados à justiça. O caso é o terceiro registro de sequestro em massa em menos de sete dias no país africano, evidenciando um padrão crescente de insegurança.
Esses eventos violentos levaram o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, a adiar sua participação na cúpula do G20, que ocorre na África do Sul, para se concentrar na resposta nacional ao aumento do extremismo.
Em sua própria publicação online, Tinubu reconheceu a gravidade da situação, afirmando que agências de segurança foram instruídas a agir com rapidez e determinação. Ele também reforçou o compromisso de seu governo em fortalecer a cooperação com os Estados Unidos e outras nações para proteger comunidades de todas as religiões contra ataques radicais.
Outros incidentes recentes destacam a escalada de violência. Na mesma semana, um ataque a uma igreja no estado de Quara resultou na morte de duas pessoas e no sequestro de 38 fiéis. Em Quebi, outra escola foi invadida e 20 alunas foram levadas.
O sequestro na Escola de Santa Maria pode se tornar o maior já registrado no país desde o trágico episódio de Xibóque, em 2014, quando 276 meninas foram raptadas por militantes do Boko Haram. Esses atos repetidos têm agravado a crise humanitária e de segurança na região central e norte da Nigéria.
Além dos sequestros, casos de assassinato ligados a conflitos religiosos e étnicos continuam sendo noticiados. Um exemplo é o do agricultor Sunday Jackson, do estado de Adamawa, condenado à morte por matar um pastor Fulani em 2015.
Sua defesa alega legítima defesa, pois ele teria usado a arma da vítima para se proteger enquanto estava desarmado em casa. O caso permanece sob análise judicial, refletindo tensões profundas entre comunidades locais.
A comunidade internacional observa com atenção o cenário de instabilidade, enquanto pressiona pelo fim da impunidade e pela proteção dos direitos humanos.
