A perda de memória ocasional é uma queixa comum entre adultos e pode estar relacionada a diversos fatores, como falta de atenção, estresse, saúde mental, medicamentos, hipotireoidismo e deficiência de vitamina B12. A boa notícia é que, na maioria das vezes, essas causas são reversíveis.
Entre os fatores que podem contribuir para a perda de memória, os medicamentos são frequentemente mencionados. Diversos medicamentos, quando usados de forma prolongada ou em doses elevadas, podem ter efeitos colaterais que incluem dificuldades de memória.
Antidepressivos, por exemplo, são amplamente usados para tratar transtornos de humor, mas podem afetar a função cognitiva em alguns indivíduos. "Certos antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), podem causar problemas de memória e concentração", explica a psiquiatra Dra. Ana Marques.
Medicamentos para tratar ansiedade, como benzodiazepínicos, são outro grupo de drogas que podem impactar negativamente a memória. Esses medicamentos agem no sistema nervoso central e podem levar a lapsos de memória, especialmente com o uso prolongado. "O uso contínuo de benzodiazepínicos está associado a um maior risco de demência", adverte o neurologista Dr. Carlos Silva.
Analgésicos opioides, frequentemente prescritos para dor crônica, também podem interferir na função cognitiva. Estudos mostram que o uso prolongado de opioides pode afetar a memória e a capacidade de concentração, além de aumentar o risco de dependência.
Medicamentos anticolinérgicos, usados para tratar uma variedade de condições, incluindo alergias, incontinência urinária e distúrbios do sono, bloqueiam a ação da acetilcolina, um neurotransmissor essencial para a memória e aprendizado. "O uso desses medicamentos pode levar a uma diminuição na capacidade de formar novas memórias", destaca a neurologista Dra. Maria Oliveira.
No entanto, é importante ressaltar que a perda de memória leve é comum no processo normal de envelhecimento e geralmente não interfere nas atividades diárias. Contudo, quando a perda de memória passa a impactar a vida cotidiana, pode ser um sinal de demência, que requer avaliação por um neurologista ou psiquiatra para diagnóstico e tratamento adequado.
A avaliação médica é crucial para determinar a causa da perda de memória e, se necessário, ajustar a medicação ou procurar alternativas terapêuticas. "Nunca deve-se interromper o uso de um medicamento sem a orientação de um médico, pois isso pode trazer complicações ainda maiores", alerta a médica generalista Dra. Isabel Lima.
Enquanto a perda de memória pode ser uma consequência do uso de certos medicamentos, uma abordagem cuidadosa e a orientação médica adequada são fundamentais para garantir a saúde cognitiva e o bem-estar geral.
Por jornalista Márcio Batista
Foto: (geralt/pixabay) Reprodução / Divulgação
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